Aos meus pais, avós e amigos.
A toda vida...
A toda a natureza..


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Eu sou a tua memória...


Eu sou a tua memória...


Olho para o céu
Olho incerto para esse mundo que me recebeu
E sinto a sorte de ter olhado
Esse mundo inteiro a sorrir acordado
Com a natureza mãe a guiar-me
Por entre as noites mais escuras da alma
E os dias mais luminosos
Que já vi...!

Olho incerto para o tudo e para o nada...
Desta interdimensional intensidade de viver
Que sinto e senti
Que ouso e ousei investir
No prelúdio imenso de estar aqui...
De continuar a estar...
Enquanto a memória de mim...!

Olho para o céu
E olho para mim
Sou apenas a minha memória
A tua memória...
Essa que tens do meu olhar
Da minha face
Das minhas mãos...

Ontem era criança...
Ontem fui adulto...
Hoje sou memória...
Da existência de mim...
Nesta ausência que sentes em ti....!

Hoje eu sou a tua memória
E corro livremente pelos prados da sensibilidade
Onde as ovelhas fraternas da ilusão
Pastam a erva doce e fresca da eternidade

Hoje eu sou... a lenda... de um poeta sonhador
A memória preenchida a cera de uma vela que ficou por acender
Hoje eu sou... esta tua memória suave...
E para sempre serei...
Aquele miúdo que sonhava e delirava com os pássaros a voar, com as ondas do mar e as estrelas do céu...
Para sempre serei...
O olhar brilhante e húmido e quente... que olhava tudo e todos...
Que amava todos e tudo... de forma ímpar... sem julgar o mundo...
Para sempre... serei...
A vontade de acreditar...
Na eternidade infinita de um sorriso doce...
De uma canção...
De um poema...
De um livro...
De um beijo...
De um gesto...
De uma lua...

Para sempre serei a força que me deres...
A luz que de ti se reflectir em mim..
O teu acreditar...
E assim... mesmo ausente...
Estarei sempre aqui...
Onde estiver a tua alma...
O teu sorriso...
Onde estiver a tua lembrança...
Eu estarei lá...!
Porque...
Para além de tudo o resto..
Eu sou... a tua memória...!
E em ti...
Volto a estar vivo...!

Até sempre...
Basta acreditares e eu estarei de novo aqui...
De forma diferente...
Mas estarei...!
Sempre...!
Aqui...
Na tua memória...!


Pedro Campos - Algures num tempo incerto...

Uma Noite...


Uma noite...


Não sei o teu nome...
Tu... Não sabes o meu
E ali... na ignorância de não nos sabermos...
Na insegurança de um instante não pensado...
Aproximamo-nos... abraçamo-nos...
E tentamos reduzir as nossas verdades próprias...
A um prazer momentâneo... efémero...
Irreal...

Ali...
Na noite... escondida...
Trocamos os beijos que a vida nos deu...
Trocamos o sabor de cada um de nós...
Trocamos o medo...
Trocamos o tempo...
Trocamos as nossas almas...
Na esperança de que possam ficar inteiras...
Novamente...
Inteiras...
Mas... não sei...

Não sei...
Ambos estamos ali...
Encaixados na inexistência do sentir...
Somos dois corpos dispersos...
Dois corpos sem o calor do amor...
Dois corpos perdidos... numa noite já em si perdida...
Que se encontraram... carentes...
Frágeis...
Nesse instante nocturno...!

Cada um de nós...
Procura encontrar o seu caminho....
Eu tento esquecer quem amo...
Esquecer quem nunca esquecerei...
Tu... tens a dor...
E a magia...
De sermos os dois...
Somente um momento...
Que nunca aconteceu..
Nunca... dentro de nós...
Apenas na nossa periferia...

Não.. sei..
Não sei o que vês...
Nem sei o que sentes...
Mas no não saber... sei-te.. do instante...
Sei que não seremos mais do que esta noite...
Mais do que uma noite...
Mais do que a sexualidade extenuante de alguns momentos...
Mais do que o orgasmo do corpo... que mente à alma... sobre a felicidade...
Que me mente...
Que te mente...
Que... durante o seu espaço de tempo...
Parece iludir os olhos da alma...
Sobre quem amamos...
Sobre quem amo...
Sobre ti... tentando eclipsar-te... com outra pessoa...

E depois... da noite...
Depois do êxtase corporal...
Depois da angústia de estar ali... sem ti... mas com outra pessoa...
Depois de tudo... a verdade volta a surgir...
Volto a ver o que sempre vi... e nunca consegui esconder...
Que te amo...
Que és a única pessoa que amo... e que não consigo evitar amar-te...
Que... és... a minha força...
E és o meu sorriso...
E és... o que escrevo...
E tudo o que sinto... e corro... e percorro...
E és...
Do instante de sempre...
És a esperança...
És o nunca acontecido..
O nunca acontecido...

És tu...
Que está dentro do meu coração...
E que ocupa o lugar mais importante dentro de mim...
Que me ocupa... que me preenche...
És tu... e só tu... númen...
E por mais pessoas que conheça... e que tente amar...
Só te amo a ti... a ti... a ti...
E apetece-me dizer-te...
Apetece-me falar-te...
Gritá-lo bem alto... e parar de omitir isso...
Demonstrar quem sou...
Simplesmente falar-te... por completo...
Sem nada a esconder...
Sem nada a negar...

Mas...
Sei-te... distante... cada vez mais distante... de mim...
Como uma bruma que se afasta paulatinamente...
Por entre a estrada vazia...
Como um sorriso que se vê ao longe... dizendo adeus...

E... ainda assim...
Ainda assim...
Não me abandono à força da maré...
Nunca poderia me abandonar assim...
Sem acreditar... em ti...
Porque o que sinto...
Mostra-me o caminho a seguir...
E esse caminho não se estrutura por outras coisas que não a alma...
E o amor...
E o sonho..
E a magia...
E tudo aquilo que tu sabes...

Mas...
Há algo no firmamento...
Que me faz continuar a andar...
Esse ponto... luminoso és tu...
Lua...
Tu...
Singela rainha das ondas...
Tu ... númen...
Tu... que sabes quem és...
Tu... que sei quem és...
Mesmo que tente...
Numa noite...
Olvidar esse facto perene...

Sim...
Numa noite...
Trocar a eternidade... de te amar...
Pelo prazer fugaz... e frustrante...
De tentar te esquecer...

... como se isso fosse possível...
Amo-te... e talvez te venha a dizer...
Um dia...
Ou talvez... não...

Talvez...
Um dia...
Ou uma noite.




Pedro Campos - algures...

Amanhã...


Amanhã




Amanhã
Sei que acordarei de novo a sonhar
Porque amanhã
O ontem não mais fará ferimento
O ontem não mais terá dor
O ontem será como todos os ontens que já passaram...
Dias passados... que ficaram na nossa memória...
Neste contínuo ritmo de estar vivo..

Amanhã
Sinto que estarei mais forte
Porque amanhã
O peito será maior e mais imenso
O crescimento da alma terá mais fulgor
O instante não mais será como todos os instantes até aqui...

Amanhã...
Os instantes serão diferentes...
Instantes que vibram mais... e me invadem com amor...
Com fé... com alma... com sonho...
Com a melodia imperiosa de uma lira pautada de sabor...
Pautada de coragem para continuar a acreditar...
Na inexplicabilidade do sentir...
Na loucura lucida de te amar...

Amanhã
Tentarei não voltar a ficar triste...
Como no dia de ontem estive...

Amanhã...
Ousarei ser mais eu dentro e fora de mim
Porque amanhã
Serei a força que sempre fui... sem o ser...
Amanhã voltarei da viagem em que embarquei...
Amanhã estarei de novo aqui...
À tua espera...
No prazer de olhar a maresia...
Suavemente assim... a sentir plenamente...
A sentir-te... com alegria...

Amanhã...
Voltarei concerteza a acreditar...
No inacreditável...

Amanhã...
Voltarei de novo a estar vivo...

Amanhã...
Voltarei a sonhar... a rir... a cantar.. a dançar quieto na fantasia dos meus tempos ausentes... daqui...
Amanhã... voltarei a encantar-me com a noite e com o dia.. com o mais simples e com a magia...
Amanhã... voltarei a sorrir para as estrelas... e a olhar a Lua com a ternura de sempre...

Amanhã...
Deixarei de lado... as amarras e os grilhões do mundo...
Amanhã... esvoaçarei pelo sol nascente... livre... livremente...
Rumo a mais um entardecer encantador...
Rumo a mais um mágico poente...!

Amanhã...
Não continuarei a ter de contar quantos dias faltam ainda...
Para o amanhã... chegar...
Porque amanhã... não poderei deixar de contar as histórias do meu sorriso..
Nem poderei deixar de escrever poesias felizes...
Porque... amanhã voltarei a estar aqui...
Aqui... totalmente...

Amanhã...
Estarei bem melhor...
Assumindo o que sinto... o que sou...
Assumindo... que voltarei a ter dias... como ontem...
Dias.. em que me sentirei mal...
Dias... em que nada fará sentido...
Dias... em que me sentirei sozinho e vazio como um refugiado do mundo...
Dias... em que estarei exposto ao vento cortante...
Esse que poderá voltar a ferir-me amanhã... noutros amanhãs...
Dias... em que estarei completamente perdido...!
Mas...

... E há sempre... mas...

Dias... em que saberei que... passarão a ser ontens... de outros dias que já foram... hojes...
Dias.. que em instantes... deixarão de ser dias... e passarão a ser noites...
Desses dias que passaram e hoje são apenas memórias...

Dias.. que sucumbem... na loucura do tempo...
Dias... que esperarão mais outros dias... para ser dias... como amanhãs...
Desses dias... que sempre virão...!

E aí...
Nesses dias de amanhã...
Voltarei a saber e a sentir... como nesta noite...
A esperança de voltar a acreditar no amanhã...
Sem que isso me obrigue a pensar como agir no instante em que penso...
Quando ouso sequer pensar o sentir que não se deve pensar...
Mas que se deve viver, sentir, acordar e despertar...

E amanhã...
Quando eu... voltar a ser eu...
Serei de novo... feliz...
Voltarei... a acreditar... no inacreditável...
Por te amar... apenas por te amar...

Assim... a ti... essa luz a brilhar...
No topo de um palácio situado no cimo de uma montanha inacessível...
De uma terra sem nome e sem espaço...
De mais um conto de encantar... sem título...
Em que acreditei...
Em que te perguntando... sem te perguntar...
Perguntando... se devo ou não continuar a acreditar...?
A acreditar...?

... a acreditar...
Mesmo que saibas...
Mesmo que nós saibamos...
Que mesmo que não deva continuar a acreditar...
Continuarei...
Porque acreditar faz parte de mim...
E tu... és em quem eu acredito...!
És tu... sim... tu...
Tu...

Tu...
Que sabes bem isso...
Inevitavelmente... sabe-lo...!
Sabes...

Sim...
Porque amanhã...

... Amanhã...
Sei que acordarei de novo a sonhar contigo...

Sim...
Porque amanhã...
O ontem não mais fará ferimento
O ontem não mais terá dor
O ontem será como todos os ontens que já passaram...
Dias passados... que ficaram na nossa memória...
Neste contínuo ritmo de estar vivo....

... Assim...

Amando o mundo....
Amando a natureza...
Amando o sonho...
Amando... o teu sorriso...
Amando-te a ti...
Meu segredo...

Amanhã...
E em todos os amanhãs que vierem...
Para sempre...

Sempre...
Assim...



Pedro Campos - Algures no tempo e no espaço...

Esta incerteza...



Esta Incerteza...


Tenho o rosto moído...
E a incerteza paira esta noite em mim...
Não sei qual a fronteira que me assusta...
E no entanto sinto a força que me empurra para ti...


Tenho o rosto cansado...
E talvez por isso me sinta assim...
Perdoa-me se te pareço triste...
Mas o grito do cansaço tem este efeito em mim...


Tenho as mãos vazias... frias...
E um gosto amargo a conduzir-me a solidão...
É como se tivesse tudo ao alcance de um sorriso...
E ao mesmo tempo... tudo fugisse... nas calhas da ilusão...


Tenho as memórias de um ontem...
E as presenças de um hoje...
A esperança de um amanhã...
E a vontade permanente de lutar sempre pelos sonhos e pela vida... e pelo sorrir... e por ti...
Mas... sem que me encontre... acabo por me perder...
Viajando por todo e nenhum lugar..
Ali...ausente... numa angústia... de existir...
De existir...
Pela lucidez louca com que reflicto sobre o mundo...


Deixo-me vaguear lento por um mar... longínquo...
Deixo-me... perder nos teus olhos...
Na doçura dos teus lábios...
Ali... no limiar imenso... que nos separa... e nos une... e volta a inevitavelmente separar...
E...


Tenho os olhos molhados...
E sinto-me carente...
E sinto-me frágil...
Sinto-me desorientado...
Sinto tanta coisa aqui dentro...
Tanta coisa que caberia no infinito...!
Tanta coisa que caberia dentro de um pingo de chuva...
Ou na imensidão do universo abrangente...


E..
Tenho vontade de te abraçar...
Tenho vontade de me abraçar...
E adormecer assim... aconchegado no silêncio dourado da emoção...
E descansar...
Descansado... por fim...
Mas com a mesma incerteza dentro de mim...


E..
Fecho os olhos...
Sem solução...
Dou a mão às estrelas...
Com a alma perdida na lua...
E a cabeça repousando numa nuvem de algodão...
Sabendo... que amanhã... sorrirei de novo...
Que amanhã...
Estarei reconstruído e restaurado...
Da minha incerteza nocturna...
Esta... que...
... me deixa... triste...
Sem soluções...!
Cansado...
No vazio...
De mim mesmo.


Pedro Campos - algures no tempo e no espaço... na eternidade...

Amanhã estarei melhor... certamente melhor...

Continuei a sonhar... ali


Continunuei a sonhar... ali


Toquei na noite
Toquei no dia
Toquei nos teus lábios
Com a força de não te querer perder... nunca...

Toquei... no véu da luz...
Que deixa passar-te e iluminar-me... e sorrir-me...
E tapo-me... com o cobertor pesado do frio que faz aqui...
E sonho contigo...
Sonho contigo... nesse mundo encantado onde tudo é possível...
E adormeço... também a sorrir...
Até a dormir...
Tu me habituaste a sorrir...

E sorrio...
Viajo pelo infinito... em direcção a ti...

E visito-te... na noite...
Visitei-te algures no tempo...
Algures no espaço...
E no entanto... não me lembro de quem eu era...
Se era eu o silêncio...
Que largava fios de música...
Enquanto caminhava...
Se era eu... a saudade...
Que emerge dentro de mim...
Quando não estou contigo...
Se era eu... o medo... de não te poder olhar amanhã...
Se era eu... a coragem... para ser assim... como sou...
Se era eu... também eu... o silêncio... que entendes tão bem...

E era eu...
Que ali estava...
Por detrás da noite...
Entre o vento e o frio e as estrelas a brilhar...
Via-te do céu... e estavas tão linda... a dormir...
Sorrias... docemente...
Repousando na serenidade...
Ali... no teu quarto... sonhando...!

E eu visitava-te...
Visitei-te...
E...
Sem saber muito bem...
Toquei na noite...
Toquei no dia...
Toquei nos teus lábios cremosos
Com a força de não te querer perder .... nunca...
Toquei... nas tuas mãos... tão quentes e macias...
E continuei a dormir...

A dormir...

Continuei a sonhar...

Ali...


Pedro Campos... algures... a lembrar um sonho que tive...

Um minuto de ti...

Um minuto de ti...

O tempo é efémero...
E o relógio bate e disfarça com o som tiquetaqueante... com ironia...
As imagens que passam...
Na fita deste filme...
A que alguns chamaram vida...
A que outros não chamam nada...
E a que eu chamo tudo...


O tempo... apropria-se de nós...
E aborda-nos... utiliza-nos... afoga-nos... nessa loucura de não existir...
E veloz... corrói essas imagens do presente... que nunca o é... nem será... nem foi...!
O tempo... é sem tempo... para acontecer...!


O tempo...
Sim... o tempo... é cruel...
E é mentiroso... parece-nos ser longo... tanto tempo, dizemos nós...
Mas.. o tempo... não tem duração... apenas passagem...
E quando despertamos para a realidade... o futuro já passou...!


O tempo...
Come-nos... as acções...
Termina beijos...
Obriga multidões a avançar e outras a desistir... das suas intenções...
Finda com os instantes...
E dilui em memórias nostálgicas o presente das emoções...
E impede que nesse silêncio... saboroso de não falar...
Nesse silêncio saboroso de te olhar... essa sensação estimulante... e apaixonada...
Dure para sempre...


Mas...
Para mim... no tempo que o tempo ritma e assente possuir...
Entre o instante de te olhar... e o momento em que fechamos os olhos... com prazer... mas medo...
O tempo... sendo breve... é eterno...
Dura para sempre... ali...
No brilho da tua luz...
Dura para sempre... esse minuto de ti...
Dura para sempre... dentro de nós...!


Dura para sempre... essa metáfora... da vida...
E basta um minuto... um só minuto de ti...
E sou feliz...!
Nesse... eterno... singular... irrepetível.. minuto...!
Que quando é... de ti...
É mágico.


Pedro Campos - Algures... no tempo e no espaço...

É bom... estar aqui...


É bom... estar aqui...



Sabes...
Num poema simples...
Tenho que te confessar que sabe bem estar aqui...


Sabe bem...
Respirar este ar, olhar esta paisagem, sentir este arrepio...
Sim...
É bom... estar aqui...


É bom...
Crescer... dentro do mundo... fora do mundo...
E contemplar as paisagens que existem... que acontecem...
Dentro e fora de mim...


Sabes... (claro que sabes...)
Que..
Sabe tão bem estar aqui...
Sabe bem... ter-te aqui...
E olhar-te todos os dias...
E todos os dias ver-te...
E todos os dias... surpreenderes-me...
E todos os instantes... fascinar-me... contigo...
Com essas pequenas e grandes descobertas....
Essas... loucuras de anjo....
Essa... simplicidade e energia...
Essa alegria...
De cada dia...


Sabes...
Sabe bem... estar aqui...
E mesmo quando é preciso remar contra a maré...
Acaba por ser bom... estar aqui....
Acaba por ser bom... lutar...
Acaba por ser bom... acreditar...
E aquilo que é mau...
Estrutura-nos e reestrutura-nos, molda-nos...
Dá-nos... sabedoria...
Dá-nos... cada vez mais... liberdade... de pensamento...!


É bom...
Tão bom...
... Olhar o céu azul... e as noites... e o vento... e as estrelas... e o mar... e as ondas... e a areia... e as gaivotas... e os lobos... e os cães... e as árvores... e o sol a nascer no horizonte... e a lágrima que cai dos meus olhos molhados... emocionado.. com a magnificiência das coisas simples...
Emocionado... com a beleza... da natureza... e o seu poder...
Emocionado... com a poesia em forma de quotidiano... a poesia em forma de vida...
Emocionado... com o teu olhar... e a tua natureza... e essa tua liberdade curvada nos teus cabelos...
Que se prolonga no rumo aerodinâmico da emoção...
Para uma corrida de sonhos... que se enlaçam nos teus cabelos...
Esses teus cabelos... com esse perfume... tão reconfortante... tão... inesquecível...!


E esses sonhos... eloquentes... silenciosos...
Que se enrolam... nas tuas orelhas.. suaves...
Que estremecem... na tua boca... sensual... perfeita...
E se diluem... na exclamação perfeita dos teus lábios...!


Na exclamação perfeita do teu mundo...
Esse lago... essa lagoa imensa... que se avista ao longe...
Que recebe o arco-íris desses sonhos...


Desses sonhos...
Que... se transformam nos teus olhos... doces... como mel... salgados... como o mar... agridoces... num equilíbrio perfeito... esses teus olhos... repletos de sonhos...
Que respiram... no teu peito ardente... poente... sumptuoso...
Que... seduzem... nas tuas mãos... de pele macia... bonita...
És tão bonita...
Tão... bonita... simplesmente...


É bom... estar aqui...
Oh... é mágico... é sedutor...
Olhar o mundo... e as pessoas... os animais... em contemplação...
É fascinante...
É único...
É... é... é... imensurável... satisfação...
Irrepetível...
Estar aqui...!


É bom...
Entender o funcionamento do mundo...
E... em reflexão... descontruí-lo...
E voltar a contruir...
Assim...
Sonhando...
Perdidamente...
Sorrindo...
E assumindo a dor... que essa forma de viver...
Traz, por vezes...
Mas é esse... o preço da felicidade... ou de lutar pela felicidade...
Pelos outros...
E por nós mesmos...


É bom ... estar aqui...!



Pedro Campos - algures...

Quero ver-te sorrir


Quero ver-te sorrir - letra de música - Pedro Campos

1

Olho o mar
Eloquente e ondulado
E a tua lembrança
Nesse mar

2

Vejo uma coroa de sal
Que flutua no sonho
E perdura no mar

3

Sinto a saborosa sensação
De te poder dizer algo
Que te faça sorrir

4

E sinto que sabes
Que estarei sempre por perto
Mesmo que haja vento e tempestade

Ponte:

E sinto a noite voar...
E sinto o tempo sair...
E aqui com esta canção..
Preparo-me para partir...!

Refrão:

Eu quero ver-te sorrir
E quero ver-te sonhar
Sem medo de acordar
Sem receio do que possa vir...!

Não quero que faças parte de mais uma história, num livro velho
Quero que sejas tu, uma história
Que sejas tu, a poesia...!


5

E corro por entre o mar
E danço ao sabor da maré
Na bagagem apenas o que preciso
Tudo o resto ficou para trás

6

E como tu não podes vir na bagagem
Transporto-te dentro do peito
E vejo-te sorrir
Porque és feliz
E só isso me interessa...!

Repetir ponte e refrão:

Ponte:

E sinto a noite voar...
E sinto o tempo sair...
E aqui com esta canção..
Preparo-me para partir...!

Refrão:

Eu quero ver-te sorrir
E quero ver-te sonhar
Sem medo de acordar
Sem receio do que possa vir...!

Não quero que faças parte de mais uma história, num livro velho
Quero que sejas tu, uma história
Que sejas tu, a poesia...!


Pedro Campos - algures...

Porque gosto de ti

Porque gosto de ti - Letra de música - Pedro Campos


1

Por tantas vezes
Tive vontade de te dizer
Toda a verdade
O grito no peito a bater

2

Por tantas noites
O silêncio acabou por reinar
Onde as palavras não podem nunca morar

3

Aqui, num jogo de palavras
Esboçadas, desenhadas, por mim
Aqui, numa pauta rabiscada
Escondido o coração que dança em ti

Ponte:

Todas as cartas esquecidas no ar
Todos os gestos pendidos a esperar
Todos os beijos que ficaram por acontecer
São como as ondas de um mar que não sei se vai chegar...

Refrão:

Não sei se amanhã ainda estarei aqui
Mas esteja onde estiver, estarei a pensar em ti...!

Tu és linda
Tu és doce
És a magia singela da manhã
E as palavras que nunca te disse
Só tu... sabes quais são.

Eu gosto de ti
Mais do que alguma vez poderia supor
Porque eu gosto de ti
Indiferentemente da impossibilidade de te ter...!

De te amar
De sonhar
Porque sou feliz
Olhando para ti, como quem contempla
O universo inteiro.

4

Por tantos quases, por quase tantas vezes
Te disse o que sinto, essas palavras proibidas
Esse sentido a tocar o infinito
Esse livro aberto, à espera de ser escrito.


Repetir refrão e Ponte

5

É pena que as palavras não falem sozinhas
É pena que o tempo seja sempre tão veloz
Quando estou contigo, a realidade palpita
E tu ouves o que sinto na minha voz

6

Olhas-me assim, com esse jeito inconfundível
Entrando no meu sorriso como uma surpresa fascinante
E em cada movimento teu, uma obra de arte universal
O teu cheiro, a tua pele, arquétipos que despertam em mim a saudade.


Repetir ponte e refrão

Pedro Campos

Segunda Carta ao Silêncio...!


Carta ao Silêncio...! (Segunda Carta)


Escrito: Na manhã de um dia nublado, mas enquanto alguns rasgos de sol iam furando a cortina cinzenta... iluminando as paisagens do amanhã... (porque no amanhã... tudo poderá ser melhor... tudo será melhor que hoje...)

Destinatário: Tu e o silêncio...


... Tenho as mãos frias... e os pés frios... e agora a alma quente mais fria...!
Estou aqui... em casa... sentado numa cadeira distante... à espera não sei de quê...! Talvez esteja à espera de mim mesmo... à espera de alguém que ficou perdido.. algures... no universo... das emoções....! Das expressões...! Das sensações...! Dos sentimentos...! Dentro de mim mesmo...

... Tenho a música ligada... como uma banda sonora... que me faz companhia... enquanto escrevo esta carta ao silêncio...! É Chris de Burgh.. com "Borderline", "If you really love her, let her go", "Love is my decision" e "So Beautiful" e pelo meio... por vezes... Mafalda Veiga canta "Lume" e Pedro Barroso... canta.. "Companheira"... entre outros sons que se vão juntando aqui... olhando-me enquanto escrevo... enquanto penso... e sinto... enquanto reflicto... sobre o passado.. sobre o presente... sobre o futuro...

... Estou... algures... aqui... entre o topo de uma montanha nevada e as águas mansas de um ribeiro que se estende num vale... com serenidade... onde saltam peixes... e passeiam veados... mergulham patos... gansos... garças... e mergulhões... estou... somente aqui... algures... em todo o lado... aqui... ali...

... Ali.. entre as teclas de um piano... eloquente... estridente... entusiasmante... e as mãos ternas, indescritíveis da vida...!Essas mãos de Númen... essa pele suave e estruturante... e acolhedora... e... única... e unívoca...! Essas mãos imensuráveis... imemoráveis... mãos de sempre...! Mas... não sei... não sei... não sei... onde estou... somente isso.....
... Não... sei... onde estou...

Onde estou?...

... Estou... talvez... à deriva... perdido algures no meio do oceano... com ondas de dez metros em vaga revoltosa... embatendo com toda a fúria na proa e no casco deste navio... de madeira... e velas... de papel... já encharcadas... com a humidade deste ar... marítimo... deste vento... entranhando-se na textura rugosa da madeira... na textura... do meu barco.... do meu corpo... dos meus sonhos...

... Estou... à deriva... quem sabe... na rota do indistinto... na rota do esquecimento... ali... onde por momentos... as folhas das árvores me aconchegam... e me abrigam... num desabafo prolongado... com a natureza...! E contínuo ali... à deriva... nessa rota sem rota... nesse rumo... sem planificação... nesse viver... sem plano de acção nem ordem de trabalhos ou tarefas a cumprir ou levantamento de objectivos a concretizar...! Contínuo... apenas ali... a viver... a dormir... a acordar... a sorrir... a sonhar... e... calo-me... silencio o meu ruído interior... mas... gosto tanto.. tanto... de ti... tanto.. tanto.... tanto.... que... não chegariam as linhas de infinitas folhas de um diário... encantado... para colocar tudo isto.... tudo aquilo... tudo... e nada... o que quer que seja... o ser que é... que se é... que acontece... que aconteceu... e acontece...! Tão simplesmente... como respirar...

... E.. as palavras falham-me... os pássaros com quem falava... foram de férias para um país distante... com arcas e bagagens... partiram... sei que voltarão... mas ainda falta algum tempo...! ... aqui... perto de mim... as plantas... as flores... o céu... os outros animais... escutam-me... mas não cantam como cantam os pássaros... aquela melodia do pensamento... que enleava os nutrientes do tempo... numa pasta salutar de essências perfeitas... essa pasta agridoce... que me nutre... no crescimento da alma... na aprendizagem da vida... no estar e no ser... quem sou.

... Mas... as palavras falham-me... a poesia... e a prosa... parecem-me insuficientes... são insuficientes... para descrever-te.... e até na música... parece que falta sempre algo mais para conseguir transmitir a tua verdade... a tua essência... e o que sinto... que apenas... no meu olhar... é capaz de ser visto... numa visão parcial desse tesouro... dessa eternidade... dessa luz... dessa delícia.. ambrósia dos Deuses...!

E ... não sei onde estou...

Fecho os olhos...
Fecho os olhos...
... Já não estou... num barco....

... Estou de novo aqui... nesta cadeira fria... com este tempo frio... assim... com estes instantes nebulosos... mas talvez... esteja... parado numa qualquer estação ou apeadeiro... invisíveis... e eu próprio invisível... à espera de um qualquer comboio... também ele invisível... inexistente... que espero... me leve um pouco para lá da fronteira distante do mundo... para lá da fronteira imensa do silêncio.... para lá de mim.... sim... apetece-me sair de mim... e ir por aí.... vagueando... conhecendo os recantos do mundo dos espíritos... flutuando... na brisa ligeira de um oceano respirado...

... Apetece-me... sacudir o pó das asas que nunca tive... destas asas que apenas existem em ti... contigo... por ti...! Só por ti... silêncio... faz-se silêncio...

... Apetece-me... talvez dormir... descansar... fechar os olhos e dar um pulo em direcção ao céu... tentando alcançar a Lua... ou o Sol... ou qualquer outro astro... sorridente..... ali... no universo restrito do pensamento... que tantas vezes... julguei ser infinito... ser intérmino....

... Na verdade... talvez seja... talvez continue a ser... de facto... infinito... intérmino... o universo inteiro.... com estrelas cadentes a surgir a espaços... de tempos em tempos... nesse universo transcendente... que nos abriga... que nos habita... a todos nós... e a ninguém...

... Apetece-me... talvez... chorar um pouco... talvez... abandonar-me... aqui... na ausência de mim mesmo... com os olhos bem fechados... a respiração talvez turbulenta... a alma incerta nestas viagens que na vida se fazem... e os dedos... os dedos... esses dedos sem arte... precipitando a bruma... rasgando-a... para deixar passar a luz da Lua... por entre as brechas da realidade... ou da irrealidade....!

... Apetece-me não fazer nada...
... Apetece-me... pegar em mim e procurar uma paisagem tranquilizante... ir até à praia... ver as ondas do mar... enrolando-me no vento...

... Apetece-me... enquanto oiço o marulhar do mar... enquanto escuto o que me quer dizer... assistir ao vôo das gaivotas... à sua tranquilidade aparente... e questionar-me...

Questionar-me...

Será que por detrás daquela tranquilidade no vôo...
Será... que por detrás da estabilidade aerodinâmica dos seus corpos de penas brancas e cinzentas... será que há uma alma?... Será que as gaivotas... aquelas gaivotas... também amam?
Será que se apaixonam?
Será que choram?
Será que sofrem?
Será que sorriem?
Será que são felizes?
Terão nos seus dicionários e nas suas bibliotecas, as poesias que escrevem... os desabafos que delas se desbotam...?
Saberão.. distinguir os conceitos da sua comunidade...?
Saberão.. também elas... o que é errado e o que é certo...?

... Talvez... saibam... talvez não saibam... como também nunca ninguém saberá ao certo... e com rigor... onde está o certo e o errado... conceitos... que se constroem e simultaneamente se destroem... porque às vezes... o certo pode estar errado... e o errado pode estar certo...

... Às vezes... confundimos o que está bem... com o que está certo... e o que está mal com o que está errado... mas as coisas não são assim...! Que mal há em sentir... em sonhar... em correr... em amar....? Apenas há bem... mas desse bem... podem vir coisas certas e coisas erradas... coisas... impossíveis... possíveis e coisas que resultam da mistura... da simbiose... entre o que é possível e o que é impossível! O certo e o errado... são confusos... mas... quase tudo é tão confuso... não sendo...! Tudo é relativo... e não devemos evitar sonhar... nem amar... senão nunca conseguiremos ser felizes... plenamente... ou parcialmente... não interessa... desde que haja felicidade... que daí derive...

Será que ... essas gaivotas... conhecem o significado da inspiração??
Será... que já ouviram, alguma vez falar dos poemas inspirados nelas... nessas gaivotas livres... ondulantes... que por vezes... são musas de poetas... e pintores... e dançarinos... e músicos... e escultores... e outros tantos artistas...? Outros tantos loucos... lunáticos... extravagantes... por serem lúcidos... uma lúcidez insana... e transcendente... transmutada... transformada...!

Será que elas me ouvem...?
Será que elas... escutam como eu... este silêncio...? E ao mesmo tempo... esta voz...?
Saberão... e sentirão o mesmo que eu...?
Conhecerão... de facto... aquilo que sinto por ti...?

Saberão?...
Questionar-se-ão... também elas sobre o mundo... e sobre as coisas?
Serão filósofas?
Arquitectas?
Terão alguma estrutura social hierarquizada...?
Cargos, funções, profissões?
Qual será a sua moeda?
Ou serão simplesmente... gaivotas... com a sua própria dimensão... incompatível... e incomparável com toda esta reflexão... de especificidade humana...!
Talvez... seja tão simples quanto isso...

E calo-me... cansado... calo-me... calo... a voz do pensamento... sonante que ecoava alta... vibrando na realidade... ali naquela praia... há breves instantes...

E sento-me... uma vez mais... aqui... à espera...

... Estou talvez... à espera que venha o amanhã... à espera que amanhã tudo esteja bem... acreditando... verdadeiramente nisso... como quem acredita na sua religião... nos seus credos... nos seus ideais e princípios..! Como quem tem de acreditar em algo... para poder resistir à toada do inverno...!

Amanhã... eu estarei bem... melhor...

... Mas...

Mas nesta carta ao silêncio e a ti... as palavras estão diferentes.... a tinta está diferente... o papel está diferente... e o sabor salgado das chuvas... está diferente... e é de toda essa diferença que tenho medo... que sinto medo... que receio...

... Sinto... medo...
... Medo.... de... por alguma razão... não poder voltar ao ritual solene de olhar-te... e de contemplar-te...
... Medo... do que não sabes... sabendo... que sei... mas que sabes que sei... e julgo.. que na prática... sabes... mas não sabes...
... Medo... medo de perder... o que de mais importante existe... medo de perder essa perfeição... no segredo do meu silêncio... essa doçura... essa ternura... essa atenção... a que me habituei...

... Sinto...

Sinto... tanta coisa... e sinto... o que sinto...

Volto a mim... depois desta viagem... o mundo continua a rodar... e o tempo a passar... e tenho de seguir... a rota... desconhecida... e independentemente dos balanços e das ondas... e das tempestades... continuarei... a acreditar... e a sonhar... o que quer que seja... e talvez... um dia... talvez daqui... a uns trezentos ou setecentos anos... ou mesmo mil anos... daqui a umas vastas gerações... se ainda houver mundo... voltarei a escrever-te... talvez... outras cartas ao silêncio... e a ti... porque... se há coisas... eternas... o que existe em mim... é uma dessas coisas...

... e paro... imobilizo-me...!

Vou agora... partir para outro local... e por isso... termino aqui... esta carta... escrita... algures na imensidão... de uma estranha manhã... com vontade de dizer... o que nunca disse... dizendo... o que nunca direi...!

Uma carta a ti e ao silêncio... porque o silêncio diz tudo... como as entrelinhas de um poema... e mesmo no silêncio mais calado... podem ser cantadas serenatas... lidos romances universais e recitadas odes poéticas... sem dizer uma única palavra... porque os olhos... sim... os olhos... mostram o que as palavras não podem dizer...

O que as palavras nunca poderão dizer...

Até sempre... nesta segunda carta ao silêncio e a ti... algures... na eternidade...




Serão?

Serão os sentires indizíveis...
Impossíveis de sentir?
Serão as loucuras da alma...
Tão lúcidas quanto sorrir?

Serão os gestos solenes trazidos pelo ar...
Tão impossíveis de acontecer?
Quanto a chuva que pode...
Dar vida a um deserto a morrer?

Talvez quando se vive se deva arriscar sem temer
E sem magoar ninguém
Porque só se vive uma vez... e há coisas pelas quais vale a pena viver!

"E assim... quando sentires uma leve brisa entre os lábios
Não te assustes...
Porque é a minha saudade que te beija em silêncio...!"



in Segunda Carta ao Silêncio
Pedro Campos

O Mundo dos Sonhos - Com a eternidade na palma da mão




O Mundo dos Sonhos - Com a eternidade na palma da mão -
Letra de Pedro Campos

1


Abro os olhos com espanto
À minha frente vejo o mundo a sorrir
Não sei qual a razão
Mas desconfio que seja por ti...


2

Ergo as mãos para o céu
Lá em cima uma gaivota a voar
Inventa nuvens de algodão
Onde poderá depois descansar...

Ponte 1

Existe um mundo de sonhos
Invisível para os olhos da razão
Onde podemos ser quem quisermos
O limite é a imaginação
O limite é a imaginação...
A eternidade na palma da mão...!

Refrão:

O mundo é tão diferente quando sonhamos
Tão diferente quando corremos de mão dada com a magia

E é bem melhor...
Muito melhor...
É tão bom...
Olhar para ti...!

E é bem melhor...
Muito melhor...
Viver assim...!
No mundo dos sonhos...!


3

Onde os olhos se enchem de brilho
Com uma cor impossível de recriar
Num gradiente degradée
Que ilumina a noite como uma estrela cadente
Que dá cor à vida...!

4

Onde os gestos, as acções acontecem sem medo de sentir
Onde o coração não tem medo de se apaixonar
Pela pessoa certa, no momento errado...
Pela pessoa certa, por ti...!


Ponte 2:

Existe um mundo de sonhos
Onde o impossível pode acontecer
Onde podemos expressar sem temer
A música que na alma se está a fazer...
E abrir o nosso coração
Sem ter medo de magoar
A princesa desse reino
Esse mundo
Com a eternidade na palma da mão...

Refrão:

O mundo é tão diferente quando sonhamos
Tão diferente quando corremos de mão dada com a magia

E é bem melhor...
Muito melhor...
É tão bom...
Olhar para ti...!

E é bem melhor...
Muito melhor...
Viver assim...!
No mundo dos sonhos...!


Pedro Campos

Às vezes...



Às vezes...



Sabes...
Às vezes há que detectar no silêncio
O expoente vibrante da ternura
Essa eloquência que transpira e se transforma
Nos poros da emoção..
Na pele das sensações...
Ali... onde as verdades e as mentiras se detectam...
Essa eloquência... que se transforma em...
Sabedoria...
Loucura...
Ternura...!
Amor...!

Sabes...
Às vezes há que construir pontes sobre os rios da invencibilidade...
Às vezes há que seduzir os anjos universalistas com os argumentos impossíveis da imaginação...
E rivalizar com a eternidade dos sentidos...
Que nenhum anjo poderá sentir... sendo anjo...!
Porque os anjos.. possuem a eternidade...
Mas não são capazes de sentir o prazer dos instantes...!

Sabes...
Às vezes...
É necessário correr em direcção ao desconhecido... e saltar... viajar...
Mesmo na eloquência do desconhecimento completo da essência da harmonia...
E é preciso, por vezes... estar ali... onde se extenuam os sentires e os pensares e as emoções timbradas a essência cálida da experiência de estar vivo... acordado... desperto... para as coisas... para tudo... e para a reflexão possível acerca da própria reflexão... forçosamente pensar-se...
Sem se pensar...

Às vezes.. é importante que sejamos capazes de construir os nossos próprios caminhos...
Às vezes... é importante... criarmos os nossos próprios desvios...
Para conseguirmos alcançar a felicidade...
Que é... na sua simplicidade... amar... e ser capaz de ser feliz... amando somente... assim...
Contemplando a existência... e os momentos... os milagres... esses pequenos grandes milagres que acontecem todos os dias...
A todos os instantes...!
Essa alquimia intérmina...
Que acontece... nos teus olhos e nas tuas mãos... e no teu sorriso...
Tão perfeitas... e únicos...
Assim... nessa simplicidade...
Nesse milagre... perfeito...!

Sabes...
Às vezes...
É importante conseguir aproximarmo-nos dos limites incondicionais da vida humana...
Por vezes... é essencial... que conheçamos os limites estratégicos da sensibilidde...
Do conhecimento sobre nós mesmos...
Como um barco que navega no oceano frio...
Rumo ao desconhecido... mas... que vai sendo guiado... pelo instinto... de sobrevivência...
Guiado... pelo... instinto... de acreditar...!
No que quer que seja... esse acreditar...!
Guiado... pela vontade de viver...
Pela capacidade de contemplar as coisas...
E de se apaixonar pela própria vida... sem temer... os efeitos secundários de amar...
Guiado... pela capacidade... de sentir... e de se emocionar...
Pela capacidade... de ouvir... e de falar...
Assim...
Com a simplicidade... de olhar... intensamente... uma paisagem infinita... sem nome... nem tempo...
Uma paisagem arquétipa... da existência...!
Parecida contigo...!
Interdimensional...
Alquímica...!
Fenomenal...
Etérea...
Esotérica...!
Bela...!
Singular...
E às vezes...
Por vezes...
Escutá-la...
Escutá-la... apenas...
Nesse silêncio em que detectámos o expoente vibrante da ternura...
E entender... o carácter irrepetível da vida... dos momentos... das pessoas... das coisas... de tudo...!
Entender...
Que às vezes... o mundo inteiro... pode parecer-se com essa paisagem arquétipa... e sublime...
Que às... vezes... a perfeição pode ser sentida em tanta coisa... vislumbrada em tantos instantes...
Mas...
Que... só na paisagem única que és tu... se consegue sempre... entender o código genuíno dos sentires...
Da vida...
De estar aqui... em todo o lado... e em lado algum...
Dentro do pensamento...!
E fora dele...
Sempre...

Às vezes... é preciso construir-mos essas pontes... indiscutíveis... entre a realidade... e a imaginação... livre... de ser sonhador...!

Às vezes...!

(...)

Pedro Campos... Algures no tempo e espaço..!

Hoje...



Hoje...


Hoje...

Olhei para dentro da minha cabeça
E encontrei uma flor desabrochada
Encontrei uma ancora liberta ...
E o meu barco navegava ao sabor do vento...
Pelos mares novos do mundo...

Hoje...

Hoje... sou um marujo... vagabundo...
À força da maré...
À força da imaginação...
Sem saber onde irei parar...
Sem saber sequer quais as águas deste mar...
Ou sobre o que estaria a pensar...
Mas...

Certamente... pensaria... nisso... ou naquilo...
Talvez... na vida...
A mais bela de todas as verdades deste mundo...
Talvez em ti...

Hoje...

Hoje...
Vou ficar por aqui...
Condensado nas pautas de uma noite...
Que vibra com os sonhos que zumbem no silêncio...
Dentro da cabeça de um poeta...
Que... ao amanhecer...
Se reviu no espelho da eternidade...
E se deparou... assustado...
Com a sua face rasgada...
Pela fragilidade das palavras...
Que constituíam o semblante da sua poesia...!

Hoje...
Talvez vá adormecer aqui...
Perdido entre as palavras... e as vírgulas.. e as pausas... e os gestos... nunca gesticulados...
De um sentir caminhante... povoado de personagens fantásticas...
Povoado de imigrantes de outros mundos...
De outros contextos..
De outras histórias...!
Talvez como aquelas que escrevo... que vou escrevendo...
A cada dia que passa... com a tinta invisível... dos meus dedos...
Que sucumbem na existência de uma inexistência que se existe...
No rumor dos lábios ardentes...
Do pensamento...!

Hoje..
Talvez fique por aqui...
Entre o nevoeiro... e a bruma dessa condensação abrupta do suspiro ...
Suspenso entre as notas harmoniosas que compõem a melodia surda...
Do pensamento... repleto de sonho...
Repleto de figuras....
De símbolos... e encantos...
Magias e poções...
Portas secretas... nas secretas salas da alma...
Que levam a túneis que conduzem as emoções
Ao mais fundo dos nossos instantes... da nossa solidão...
Ali... entre a plataforma da fantasia... interminável...
E o veleiro solto apaixonado no mais alto mar...
A caminho do coração...
Num rumo nunca cartografado...
Mas já visitado por muitos...
Muitos como eu... como tu... como eles...
Muitos no rumo da aparição...!

Hoje...
Vou ficar por aqui...
A sonhar...
A dormir...
A perder-me... na noite...
Sentado no vazio de um rubro calor...
Que aquece o ar em redor...
Como se um dragão de fogo
Baforasse o sopro no teu coração...!
Esse sopro de estar aqui...
Ou ali...
Ou onde quer que seja...
Desde que seja...
Contigo...!

Até sempre...
Na imensidão da liberdade...
De respirar poesia num mundo de sonhos...
Interminável...!



Pedro Campos... algures...

Não sei...


Não sei...


Não sei o que dizer... não...
Não sei o que escrever... não...
Não sei o que pensar... não...
Não sei o que saber...!

Hoje...
Hoje.... Sinto-me bloqueado... sinto-me... talvez... trancado...
Sinto-me... viajando...
Viajando por todo o lado...
Por todo o lado... em todo o lado... com toda a gente... e com ninguém...
Acompanhado pela solidão e pela companhia...!
Só parando em ti...
Em segredo.... parando em ti...
Sim... em ti...
Tu... sempre tu...
Tu... o meu abrigo tranquilo...
O esconderijo escondido... em todo o lado... em lugar algum...
Dentro das enseadas ou das grutas cristalinas da emoção...
Onde ecoam os risos perante a lua... e os sorrisos perante o sol...
Onde ecoam... os desejos e os sonhos... os medos e as incertezas... as dúvidas e as esperanças...
Ditos no silêncio...
Encontrados nos nossos silêncios...

Nos silêncios de todos... e de ninguém...!


Sim...
Em ti... encontro o abrigo e a paz...
A quietude tranquila e sorridente de que preciso...
Para correr... para sentir... para pensar...
Para respirar... e proteger-me do mundo....

Sim...

Estou assim...
Perante a imensidão do mundo...
Talvez dentro ou fora de tudo...
Dentro ou fora do universo...
Mas sempre... sempre... tão perto... e longe de ti...

Tu... meu abrigo...
Estás sempre a meio do caminho...
Onde posso descansar... sem temer mais nada...
Sempre... tu.... a minha libertação...
Sim... é em ti... que me liberto...
É em ti... que volto a acordar...
É em ti... que volto a descobrir que afinal as minhas asas de papel
Ainda estão aptas para voar...
É em ti... que regresso da minha ausência...
Da minha viagem...
Do meu medo...
É em ti... que volto a mim...!
É em ti... que... volto a ser quem fui...
Nas ondinas expressivas de uma forte ligação calada...!
É em ti... que vivo...!
E em ti... que sou feliz...!
Mesmo que a sonhar...

É em ti...

E em ti... sou tudo e nada...!

Em ti... sou... tudo e nada...!


Pedro Campos - Algures no tempo e no espaço...

No limiar de mim


No limiar de mim (dentro de mim) - Letra de música de Pedro Campos

1

Na melodia do meu pensamento

Fecho os olhos

E viajo sem fim

Enlaço as mãos nos cordéis do infinito

Guiando-me pelas candeias acesas na noite


2

Essas que iluminam a noite da minha solidão

Essas que iluminam a minha escuridão

A minha solidão...!

Esta solidão...!

Ponte 1:

Talvez exista um oásis no deserto

Talvez exista uma chama dentro do vazio

Talvez exista um rastro perdido que decifre o mistério

Talvez exista uma solução para esta solidão

Mas não a encontro... em lugar nenhum...

Refrão:

Talvez esteja dentro de mim

Como o tempo e o espaço entretidos num jogo de sorte

Talvez esteja dentro da noite, dentro desta solidão

Na ausência de umas mãos que se perderam...

Talvez esteja nas saudades que tenho das tuas mãos... dessas mãos...

E estou perdido aqui...

Perdido numa face do infinito... do fim.. do limiar de mim...

Dentro da noite... dentro da solidão....

Algures... no limiar de mim...


3

No dia da noite, nesse dia, nessa noite, esses braços de cristais dos teus olhos

Esculpidos pelo vento, tornados movimento

Esses olhos, esse tempo, esse corpo perfeito...

Enlouquecem-me... e rodopio na minha insanidade... num cheiro de termor... de torpor... de cansaço...


4

A sedução e a solidão e o mundo de cera... de uma vela acesa...

Transformadas numa ilusão que ficou no ar

Num beijo por dar...

Mais um passo a caminho dessa solidão...


5

Não entendo o porquê da tua indiferença

Não descubro a razão dessa frieza

Com que os teus olhos intensos

Transformam os meus...!


Ponte 2:

Talvez exista um outro caminho

Uma chave secreta que possa encontrar

E que com ela possamos entrar

Dentro de nós e descobrir o que se passa... aqui...

Dentro de nós...! Dentro de mim...


Refrão:

Talvez esteja dentro de mim

Como o tempo e o espaço entretidos num jogo de sorte

Talvez esteja dentro da noite, dentro desta solidão

Na ausência de umas mãos que se perderam...

Talvez esteja nas saudades que tenho das tuas mãos... dessas mãos...

E estou perdido aqui...

Perdido numa face do infinito... do fim.. do limiar de mim...

Dentro da noite... dentro da solidão....

Algures... no limiar de mim...


Aqui...


Dentro de mim...




Pedro Campos - Algures...

Caminhos adversos na fuga à solidão

Caminhos adversos na fuga à solidão - Letra de Música de Pedro Campos

1

Sentado, ali,
Junto à areia salgada
Olho com fascínio
A lua a iluminar a madrugada

E escuto, no silêncio, os pensamentos que me invadem
A memória do teu sorriso
Reflectido na água espelhada


2

Trago na bagagem o que sinto por ti
As cores, as músicas, os sonhos
O teu mundo inteiro aqui...!

Tu trazes a incerteza e a lua cheia dentro de ti
Na voragem dos dias que passam
Trazemos um diário rasgado onde fomos escrevendo os nossos desabafos!

Ponte:

E assim vamos os dois
Viajando na magia das palavras
Sem termos medo de ser quem nós somos
Sem termos medo de ficarmos encalhados no mar..

Refrão:

Dei-te a mão junto do céu
E seguimos unidos pela estrada
De um silêncio expressivo
Perdidos, unidos, dispersos
Sem bússola ou orientação
São assim os caminhos adversos
Na fuga à solidão...!


3

A aurora já se alinha
Entre o céu e o mar...
Agora pegamos no leme da vida..
E avançamos sem parar...

E no firmamento celeste, alucinamos loucamente
Entre a penumbra da noite e o amanhecer do dia
Ficamos assim, unidos, separados... à espera do amanhã...
À espera do sempre...

Ponte:

E assim vamos os dois
Viajando na magia das palavras
Sem termos medo de ser quem nós somos
Sem termos medo de ficarmos encalhados no mar..


Refrão:

Dei-te a mão junto do céu
E seguimos unidos pela estrada
De um silêncio expressivo
Perdidos, unidos, dispersos
Sem bússola ou orientação
São assim os caminhos adversos
Na fuga à solidão...!


Pedro Campos - Algures no tempo e no espaço...

Ave


Ave


Algures em algum lugar...
Algures no céu,
Algures no mar...
Um pássaro canta!

Um pássaro canta suave o seu choro ou o seu riso...
A sua palavra discreta, indiscreta naquilo que é o seu vício...
Cantar, cantar e cantar... apenas cantando!
Um cantarolar sem fim no tempo em que vive...
No decorrer das horas... dos dias... dos ventos...
Pássaro de cristal, ave rara em cores de planície verdejante...
Canta que tão bem cantas...!
Canta aí quietinho...!
Como quem inspira ao sonho...!
Como quem professa ideologias do futuro...!
Canta, canta!! ó pássaro vaticinador!

Canta e desperta em quem te ouve o despertar de cada um em si mesmo!
Canta e apercebe-te da cor que colocas à tua volta... em ti, em mim!
Sonha... e faz-nos sonhar!
Mostra a força que te envolve,
E a magia que de longe e de perto te deixa voar...

Canta!
Sente!
Absorve essa imagem calada de sons estridentes...

Canta!
Sente!
Ó Ave rara que esvoaças pelo céu de azul permanente...

Diz-me o que falas!!
Diz-me o que pensas!!!
Se essas notas em tom de agudos
São melodias agudas do teu som!
Ou serão mágoas perdidas no tempo...
Ordens vacilantes do que foste e esqueceste...
Colorido como uma flor, ó Ave rara que embelezas este sentimento!!

Cantava...
Continuava a cantar...

Cantava e despedia-se da vida nos seus voos arrebatados,
Fintando as nuvens, fintando o ar...
Fugindo da chuva, abraçando o vento,
Aproveitando em cada brisa a levedura quente e rara do tempo!

Ai! Ó pássaro que canta!
Ah! Ó pássaro que me encanta!
Ó ser mágico que irrompe na solidão...
Devassa a minha irmandade só, tão só na escuridão!
Intimidade esquecida, luzes sem cor...
São os prelúdios da transcendência...
Rezando credos em temor!
Sou o sonho que te sonha...
Ó passarito madrugador!

Ó ave esbelta e feliz...
Canta para mim e só para mim!
Canta esta melodia estranha...
Este verso solto de palavra símil ao pensamento...
Canta tudo e encanta todos...
Ó passarinho verde e amarelo do meu jardim...
Ó poeta de asas brandas...
Esquece o teu tormento e vem cantar para aqui!
Para aqui… abrindo as portas do mundo…
No peito do eterno...
Ó Ave...
Ave...
Esbelta..!


Pedro Campos - Algures no tempo... e no espaço..

Só por ti (Existe)


Só por ti.. (Existe)


Existe...

Existe...
Uma flor no jardim dos sonhos...
Ali... entre a planície de erva curta...
E o ribeiro manso...
Onde escorrem as lágrimas dos viajantes das estradas do mundo...
Esse espelho de água...
Onde adormecem as pedras gélidas e ardentes da emoção...
Num fluído constante de sentimentos... de sorrisos...
De histórias... desabafos....
De vontades... e de transcendências...!
No limiar das coisas...!


Existe uma ilha no oceano... flutuando à deriva...
Que existe só por ti...
Um óasis no deserto...
Que se mantém vivo... e forte... e intenso...
Acordado... só para ti...


Existe uma estrela no céu...
Que brilha mais intensamente...
Iluminando a nocturna sombra da madrugada...
E essa luz só é brilhante e luminosa...
Porque se acende por ti...
Porque adquire luz... em ti...!


Existe um bando de aves que voa no horizonte...
Com a liberdade que é própria do vôo...
Com a liberdade que é própria de quem sonha e ama...
Com essa liberdade conferida pela felicidade...
E tu sabes... sabes... não sabendo... que durante as próximas eternidades...
Durante os próximos séculos... milénios... e até Eras...
Será só... e apenas por ti... que essas aves continuarão a voar...!
Será apenas por ti... que essas aves continuarão a acreditar que no seu vôo...
Encontrarão o seu destino na rota traçada... ao rumo do vento...
Ao rumo... da inspiração...
Na cartografia da alma...!


Existe... um universo inteiro... perdido no firmamento...
E por mais denso que seja o vento...
Por mais forte que seja... a maré...
Tu saberás... que é por ti... que o barco persiste na viagem...
Que é por ti... que as palavras são escritas...
E que o indizível das palavras continua a ser dito... em surdina...
Dito nas entrelinhas do silêncio...!
Dito nas entrelinhas do que se não diz...
Do meu...
Do teu...
Do nosso silêncio...
Enquanto... subtis... falamos palavras que só nós entendemos...
Como se decifrássemos um novo código da natureza..!
Falamos pelos olhos...
E pelas vibrações da alma...!
Falamos sem falar...!

Porque existe... em tudo o que existe...
Um caminho direccionado para a eternidade...
E esse caminho... está aqui...
A existir...
Por ti...
Só por ti...!
Por ti... inspiração...
Eternamente...!


Pedro Campos - Algures no tempo e no espaço...

Sem palavras

Sem palavras...

Sem palavras..!
Digo o indizível...
E no silêncio repleto de sentidos enigmáticos...
Olho apenas para ti...
E devoro os meus próprios sentidos...

Sendo tão complicado...
É tão simples...
Olhar-te...
E dizer-te tudo o que há para dizer... não dizendo...!
E entender a razão de tudo... não entendendo...
E compreender o universo inteiro... e o infinito... e nós próprios... e tudo... e nada...
E aceitar... aquilo que é a realidade... que é a própria vida e o próprio mundo..!
Os próprios gestos..!
E ser feliz... assim...
Ser feliz com aquilo que sou... que somos... com este mundo...!
Profundamente feliz...!
Com aquilo que se tem...

Sou profundamente... feliz...!
Com o aglomerado... de imensos milagres...
De instantes perfeitos...!
Na doutrina do sonho...
Que respiram... os sonhadores ao poente...!
Pela poesia..!


Algures... Pedro Campos

Jardim Interior - sobre o meu amor




Jardim Interior - Sobre o meu amor
- Letra de Pedro Campos


1

Abro a janela para o meu jardim interior
Que se estende para além daquilo que os olhos vêem
E sinto a noite cantar sozinha
Enquanto vou, enfeitiçado, pensando no meu amor...!

2

O meu amor é feito de magia
E tem a alma lúcida
A força da inocência
Eterna nas suas mãos de menina

3

O meu amor tem um jeito meigo, selvagem de agir
E um riso empolgante, quente e lindo
Que me faz sentir feliz...!

Ponte:

É assim o meu amor
Tão perfeita quanto o infinito
E com o seu modo de ser
Transforma os meus dias cinzentos
Em dias de sol

Refrão:

Que posso eu fazer
Senão embarcar em ti
Estender as asas do sonho
E num gesto, voar, em direcção à Lua
E num gesto, caminhar, em direcção a ti...!
Sem sentir culpa...!
Sem sentir dor...!
Sem ter medo de sentir...!

4

O meu amor tem lábios de cetim
E a pele indescritível
E dança como o vento
E tem o sorriso
Mais lindo que conheci...!

5

E os seus olhos são pérolas a brilhar...
Um segredo da criação
Um mistério agridoce
Para os sentidos...!

Ponte:

É assim o meu amor
Tão perfeita quanto o infinito
E com o seu modo de ser
Transforma os meus dias cinzentos
Em dias de sol

Refrão:

Que posso eu fazer
Senão embarcar em ti
Estender as asas do sonho
E num gesto, voar, em direcção à Lua
E num gesto, caminhar, em direcção a ti...!
Sem sentir culpa...!
Sem sentir dor...!
Sem ter medo de sentir...!


Pedro Campos - Algures...

As estrelas disseram


As estrelas disseram - Letra de Pedro Campos

1


Ontem as estrelas disseram
Aquilo que eu não queria ouvir
Palavras incertas no tempo
O que sinto e não posso sentir

2

Ontem as estrelas disseram
Que o horizonte estelar
É só para quem sonha
Só para quem luta por aquilo em que acredita...!

Refrão:

Mas eu não posso lutar
Contra as vagas da maré
Sempre tão fortes e repletas
Em mim, tão repletas de te amar...!

Mas eu não posso lutar
Mesmo que queira e sonhe e acredite
Que a utopia é possível de alcançar
E que o teu nome deixe de ser proibido para mim...
Para mim...

3

Ontem as estrelas disseram
Que nunca devemos desistir
Quando há vontade e verdade
E o que está em causa é a felicidade

4

Mas o que as estrelas não disseram
Foi que tu és tudo para mim
E que no rumo da liberdade
Eu não posso lutar por ti..!

5

Apesar de ter vontade e saber
Que não irei encontrar ninguém como tu
Fecho os olhos e adormeço, embarco no sonho...
Amanhã o mundo voou...!

Refrão:

Mas eu não posso lutar
Contra as vagas da maré
Sempre tão fortes e repletas
Em mim, tão repletas de te amar...!

Mas eu não posso lutar
Mesmo que queira e sonhe e acredite
Que a utopia é possível de alcançar
E que o teu nome deixe de ser proibido para mim...
Para mim...


Pedro Campos - Algures

Esta Noite

Esta Noite - Letra de Pedro Campos



1

Esta noite não quero
Deixar a noite fugir
Deixar a noite ficar
Longe de ti

2

Esta noite não quero
Continuar a fingir
Continuar a fazer o meu papel
Neste filme

Ponte 1:

Porque sinto a tua ausência
Sinto falta das asas para voar

Refrão:

E no meio da madrugada
Com os barcos junto ao cais
Vou dizer
Que a noite chegou ao fim
Vou contar as estrelas no céu
E as lágrimas no mar
E os teus olhos no luar
O teu nome escrito
Na areia do mar...!


3

Esta noite eu quero
Que os teus gestos
Sejam fiéis ao que a tua alma está a sentir


4

Esta noite
Vou dar-te as mãos
E deixá-las sentir
Deixá-las navegar
Ao sabor da imensidão

Ponte 2:

Porque és a inspiração
Que faz o poema nascer
Tu és a respiração do dia
Quando está a nascer...!

Refrão

E no meio da madrugada
Com os barcos junto ao cais
Vou dizer que a noite chegou ao fim
Vou contar as estrelas no céu
E as lágrimas no mar
E os teus olhos no luar
O teu nome escrito
Na areia do mar...!


Pedro Campos - Algures no tempo

Conto histórias de encantar - Letra

Conto histórias de encantar - Letra de Pedro Campos (escrita há 3 anos atrás)


1

Passo horas no café
A escrever palavras surdas
Contos, poesias
E histórias perdidas...

2

E vou pensando na tua dor
Criando sonhos para te distrair...

3

Estás sempre tão linda no teu luar
Mas os olhos não conseguem esconder
O que sofres no teu mundo
E aquilo que tentas vencer...!

Refrão 1

E choras... e sofres...
E vais morrendo dia-a-dia...
Perdes-te na noite mais longa
E quando amanhece
Esqueces-te do novo dia...!

E eu abraço-te, dou-te um beijo
Olho para ti e tento te acalmar
Digo coisas que nunca li
Invento paisagens à beira-mar...!

Conto histórias de encantar...!


3

Passo o tempo todo a pensar
O que mais posso fazer
Para te ver sorrir
Para te dar força para viver...!

4

E a lua ganha nova cor
Quando tu me abraças na noite
E com um brilho no olhar
Sorris e dizes: - Já consigo sonhar...!

Refrão 2

E cantas e brincas
Fazes gestos de quem voltou a viver
Corres e sorris
Pareces louca e insana
Mas apenas estás feliz...!

E eu abraço-te, dou-te um beijo...
Olho para ti com a alma cheia
Digo coisas que nunca pensei dizer
As mais doces palavras que saboreei...

Histórias de encantar...

5

Pego na tua mão e sinto o teu perfume
Esqueço a dor nos teus lábios
E provo do teu sabor
E quando o tempo já finda...
Digo: amo-te, com ternura...
És a minha vida...!


Pedro Campos - Letra de música escrita há 3 anos atrás.

Ao Longe...


Ao Longe...
(na confusão da escrita)






Ao longe...
Sinto os teus olhos olharem para mim
Através das cortinas nubladas da ilusão
Pele perfumada
O odor do mundo
A essência cálida e incerta de uma mentira aparentemente genuína
Um sabor a maresia e o corpo de um sem fim de sonhos
Unidos em braços e pernas e cervos e nervos e rumos e ventos e chuvas e choros e lágrimas e risos e beijos e tudo...


Sinto o corpo estremecer
Sinto a doutrina desvanecer
E o silêncio rotundo do uníssono universo vazio do meu corpo... aqui... ali... em lado algum...


Sinto a língua dobrar-se, torcer-se, unir-se, coroar-se de essência una e glorificada... o teu sabor... a tua essência... esse fluído mágico e infinito que, qual mel doce da manhã, me embriaga, me exalta, me extenua num inebriante pulsar ritmado... o ritmo do mundo...
No teu corpo...


Ao longe...
Na imensidão brilhante
Desses papéis brancos unidos no tecto dos teus olhos
Um poema lido de autor desconhecido...
Desses que lemos... sabemos ler...
Mas de quem nunca ouvimos falar...
Desses poetas e artistas desconhecidos...
Incertos... vazios...
Mas poetas...


Abstracção
Revolução
Silêncio
Vazio
Tudo
Nada
Agora
Amanhã
Ontem
Nunca
Sempre
Aqui
Ali
Agora
Depois
... fim
... início..
Poetas...
Assim
Na confusão escrita...


Pedro Campos - Algures...

Acordar

Acordar...

Depois de fechar os olhos...
Pregadas as pálpebras
Como se tivesse nascido..
Sem a capacidade para olhar..
Um novo horizonte se olha
É como...
Uma viajem em que se embarca
Um percurso no oceano do tempo
Voando através do espaço
Desafiando todas as leis, dogmas e obstáculos que o cepticismo e a ignorância impuseram ao espírito
Adormeço... num outro local do universo...


Ao raiar do sol...
Os primeiros traços de luz que se sustêm no incolor escuro do quarto adormecido
Vão preenchendo o espaço vazio, em que se percebe que amanhece
Esse espaço vazio, deixado entre a madrugada e a manhã... aquele instante de simbiose mística, de mudança... de transformação imensa...
O limiar que não delimitando...
Separa naturalmente... o dia da noite... e a noite do dia...
Nos separa aos dois...


Acordo...
Com o teu olhar ao meu lado
É como se... num momento... continuasse a dormir... acordar... acordado... dormindo


É como se...
A noite fosse o dia transformado na noite do dia em que dormindo estou acordado...
Como se acordado dormindo... fosse apenas mais um ser acordado... que acordava... no acto de dormir... na face acordada de amanhecer acordado..
Por entre o seio da madrugada... em que deveria estar dormindo... mas... estou acordando...
Acordado..
Acordar...
Para o lado errado da noite...!


Pedro Campos - Algures

Poesia

Poesia


Fiz da poesia o meu abrigo
Quando o amor ou o ódio me possuíram
E quando a morte se fez perto
Falei em poesia com Deus...
E penetrei fundo no universo...!

Com palavras encantadas no peito
Fiz promessas, apaixonei-me pelo vento
E a lua que brilhava no céu
Era musa que inspirava
A poesia que era eu...!

Poesia...
As palavras sentidas na alma
Instantes... vozes... segredos...
O mundo visto por quem sonha...
A vida sentida por quem ama...!

Poesia...
Versos embalados no tormento
Ou escritos enleados no amor do momento
Poesia..
Utopia...
Verdade...
Sentimento...
Poesia... o ar que respiro...
E me nutre de vida...!

Com a noite e o dia fiz poema...
Com a chuva e o sol adormeci
E a força que me invade o coração
É a magia alada
Que acontece na poesia...!

Com as mãos frias... cândidas... gélidas...
Palpei terrenos indizíveis e inóspitos...
Acendi velas que se apagavam com o medo e o rancor...
Dilui poções...
Desfiz bruxedos...
Para não me perder no mundo...!

Poesia...
A insanidade...
A loucura...
A imaterialidade...
O vazio... o cheio...
O obscuro...
A irrealidade...
De uma lucidez acordada e desperta...
Sempre aqui...
Na ponta dos dedos...
No centro da alma...
A poesia renasce... em mim... em ti... neles... em tudo e em todos...!
Sempre..!


Pedro Campos - Algures no tempo... (poema escrito há cerca de 3 anos)

Aparição

Aparição - quando a noite caíu Letra de Pedro Campos

1
Quando a noite caíu
Ele não sabia que ainda estava aqui
A memória do que partiu
O resto da solidão

2
Quando a noite caíu
Ele não sabia onde estava o tempo
E ao correr pela noite descobriu
Que não há paraíso nem inferno
O mundo está aqui...

Refrão 1

Olhou o rosto do seu rosto no espelho
E uma sombra enfeitou-lhe o instante
Recordou todo o seu caminho, a sua rota...
Sentiu-se perdido, cansado, iludido...
Sentou-se e pensou para si mesmo...
Depois de tanto correr
Percebo... nunca tive um verdadeiro sentido por que viver...!

3
Ele pensava que seria diferente
Ser feliz sem lutar pela felicidade
E a amargura que jurou não sentir
Ensinou-lhe que não se deve jurar...!

4
Agora os dias passam devagar
Umbrais, frios, cadentes
Sentia a solidão morder-lhe a carne
O que tinha entre o corpo e a alma...
E então... chorou... e sorriu...
Correu para a janela...
E sem saber o que sentir...
Olhou o reflexo no vidro da janela...

Refrão 2

Olhou o rosto do seu rosto no espelho
E uma luz iluminou a sombra que lhe cobria o instante
Recordou todo o seu caminho, a sua rota...
Depois de sentir-se perdido, cansado, iludido...
Caminhou em frente... abriu os braços
E chorou comovido...
Depois de tanto correr
Percebeu que nunca tivera um rumo na vida...
As suas lágrimas escorreram-lhe pela face...
E caíram no chão...
E de braços abertos... caminhou para a janela aberta...
E... na aparição de si mesmo...
Abriu as asas do seu sorriso... e voou...

Agora... ele era livre...
No rumo de uma aparição...!

Pedro Campos

O que é feito de ti?

O que é feito de ti? - Letra de Pedro Campos
















1

Procuro a tua voz
Nas estrelas que brilham na noite
Do dia que fez esta noite
Na noite da noite
Do tempo que finda
Aqui

2

E quantas vezes
Penso que te estou a ouvir
Penso que te estou a olhar
Que te estou a beijar
Mas olho em redor e não te encontro...
Aqui

Ponte:

E por vezes escuto o silêncio
E por vezes vasculho as flores
Acordo e pergunto por ti...?
Dentro de mim...

Refrão:

O que é feito dos teus sonhos
Das lembranças que deixaste
Das conversas sobre o mundo
Tudo aquilo
Em que um dia acreditaste...?

O que é feito de ti?
O que é feito de ti?

3

E o silêncio faz-se de novo...
Quando fecho os olhos para te recordar...
É como se o mundo se fechasse nas imagens que retenho de ti...
E na noite... os lençóis que conheceram o teu corpo...
Perguntam-me... sussurrando...
- O que é feito de ti?

Repetir ponte
Repetir refrão



Pedro Campos - algures...


Apetece-me ver o mar

Apetece-me ver o mar - Letra de Pedro Campos


Apetece-me ver o mar
Fixar nas ondas o meu olhar
E longe da confusão
Pegar na tua mão e dançar..!


Apetece-me sonhar
Fechar os olhos e adormecer
Ao teu colo sem acordar
E distante do amanhecer findar todo o meu tempo em ti
E por fim... desaparecer... simplesmente...!


Apetece-me cheirar a vida
Saborear o tempo no teu rosto...
Sentir o teu sabor na tua língua...
Apaixonar-me sem remorsos...


Apetece-me abraçar o teu semblante
Absorver o teu gosto
Trocar palavras num dialecto distante
Ouvindo a tua voz criar um mundo novo...


Apetece-me ver o mar
Fixar nas ondas o meu olhar
E longe da confusão
Pegar na tua mão e dançar...!


Apetece-me sonhar
Fechar os olhos e adormecer
Ao teu colo sem acordar
E distante do amanhecer
Enfim desaparecer...

Desejo que a vida renasça no seu Ser..
Desejo poder sorrir...
Que todo o meu mundo se apague...!!!

Que todo o meu mundo se apague..
Para que de novo possa viver...
Não mais sentindo vontade de partir, ou de morrer...!


Porque apenas me apetece ver o mar...
Olhar aquelas ondas que invadiram o areal do pensamento...
Deixando-me sentir o frio da água, gélida e salgada...
O doce do sal que queima a minha boca
Em ternuras de almas sem fim...


E vendo no reflexo do mar
Toda a luz que do objecto redondo, circular, luminoso no céu a brilhar...
Uma lua que me deixe, que me deixe ainda amar...!


Toda a luz, dessa lua no fim daquela tarde...
Em que sentado a pensar
Apenas queria sentir o mar...!


Apetece-me ver o mar...
Fixar as ondas no meu olhar...
Ver o mar...
O mar... reflectido...
No teu olhar...
No teu olhar...!


Pedro Campos - Algures