Aos meus pais, avós e amigos.
A toda vida...
A toda a natureza..


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Ao Longe...


Ao Longe...
(na confusão da escrita)






Ao longe...
Sinto os teus olhos olharem para mim
Através das cortinas nubladas da ilusão
Pele perfumada
O odor do mundo
A essência cálida e incerta de uma mentira aparentemente genuína
Um sabor a maresia e o corpo de um sem fim de sonhos
Unidos em braços e pernas e cervos e nervos e rumos e ventos e chuvas e choros e lágrimas e risos e beijos e tudo...


Sinto o corpo estremecer
Sinto a doutrina desvanecer
E o silêncio rotundo do uníssono universo vazio do meu corpo... aqui... ali... em lado algum...


Sinto a língua dobrar-se, torcer-se, unir-se, coroar-se de essência una e glorificada... o teu sabor... a tua essência... esse fluído mágico e infinito que, qual mel doce da manhã, me embriaga, me exalta, me extenua num inebriante pulsar ritmado... o ritmo do mundo...
No teu corpo...


Ao longe...
Na imensidão brilhante
Desses papéis brancos unidos no tecto dos teus olhos
Um poema lido de autor desconhecido...
Desses que lemos... sabemos ler...
Mas de quem nunca ouvimos falar...
Desses poetas e artistas desconhecidos...
Incertos... vazios...
Mas poetas...


Abstracção
Revolução
Silêncio
Vazio
Tudo
Nada
Agora
Amanhã
Ontem
Nunca
Sempre
Aqui
Ali
Agora
Depois
... fim
... início..
Poetas...
Assim
Na confusão escrita...


Pedro Campos - Algures...

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