Aos meus pais, avós e amigos.
A toda vida...
A toda a natureza..


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Hoje...



Hoje...


Hoje...

Olhei para dentro da minha cabeça
E encontrei uma flor desabrochada
Encontrei uma ancora liberta ...
E o meu barco navegava ao sabor do vento...
Pelos mares novos do mundo...

Hoje...

Hoje... sou um marujo... vagabundo...
À força da maré...
À força da imaginação...
Sem saber onde irei parar...
Sem saber sequer quais as águas deste mar...
Ou sobre o que estaria a pensar...
Mas...

Certamente... pensaria... nisso... ou naquilo...
Talvez... na vida...
A mais bela de todas as verdades deste mundo...
Talvez em ti...

Hoje...

Hoje...
Vou ficar por aqui...
Condensado nas pautas de uma noite...
Que vibra com os sonhos que zumbem no silêncio...
Dentro da cabeça de um poeta...
Que... ao amanhecer...
Se reviu no espelho da eternidade...
E se deparou... assustado...
Com a sua face rasgada...
Pela fragilidade das palavras...
Que constituíam o semblante da sua poesia...!

Hoje...
Talvez vá adormecer aqui...
Perdido entre as palavras... e as vírgulas.. e as pausas... e os gestos... nunca gesticulados...
De um sentir caminhante... povoado de personagens fantásticas...
Povoado de imigrantes de outros mundos...
De outros contextos..
De outras histórias...!
Talvez como aquelas que escrevo... que vou escrevendo...
A cada dia que passa... com a tinta invisível... dos meus dedos...
Que sucumbem na existência de uma inexistência que se existe...
No rumor dos lábios ardentes...
Do pensamento...!

Hoje..
Talvez fique por aqui...
Entre o nevoeiro... e a bruma dessa condensação abrupta do suspiro ...
Suspenso entre as notas harmoniosas que compõem a melodia surda...
Do pensamento... repleto de sonho...
Repleto de figuras....
De símbolos... e encantos...
Magias e poções...
Portas secretas... nas secretas salas da alma...
Que levam a túneis que conduzem as emoções
Ao mais fundo dos nossos instantes... da nossa solidão...
Ali... entre a plataforma da fantasia... interminável...
E o veleiro solto apaixonado no mais alto mar...
A caminho do coração...
Num rumo nunca cartografado...
Mas já visitado por muitos...
Muitos como eu... como tu... como eles...
Muitos no rumo da aparição...!

Hoje...
Vou ficar por aqui...
A sonhar...
A dormir...
A perder-me... na noite...
Sentado no vazio de um rubro calor...
Que aquece o ar em redor...
Como se um dragão de fogo
Baforasse o sopro no teu coração...!
Esse sopro de estar aqui...
Ou ali...
Ou onde quer que seja...
Desde que seja...
Contigo...!

Até sempre...
Na imensidão da liberdade...
De respirar poesia num mundo de sonhos...
Interminável...!



Pedro Campos... algures...

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