Aos meus pais, avós e amigos.
A toda vida...
A toda a natureza..


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Observar... observado...


Difundida a luz
O candeeiro cambaleava no tecto
Como se um fantasma o agitasse
Ali na noite, no relento
O teu silêncio era pedra
E os meus dedos magoavam-se
Ao tocarem o chão frio da ausência
Estremecida num manto de penumbra
E a saudade rebentava
Num passo de ave
Um jacto de avião
O céu visto do infinito
Ignorando que o infinito era o céu
E o rio corria
As pétalas das papoilas junto à margem
Bebiam da água fresca
E a erva verde...
Escondia o amor de dois escaravelhos
Que por mero acaso
Se passeavam por ali
Divagando num perfil de filósofos
Pensadores
De mãos no queixo
E olhar deslumbrado para o sorriso do sol
Pareciam pensando o mundo
Serem ignotos da observância
Que o outro sujeito
Que era eu
Os observava também
Pensando...

Talvez...
Algures...
Algum ser que desconheço
Naquele momento
Me observasse também
Num jardim qualquer que não sei qual é
Aprofundado na profundidade
De olhar os escaravelhos
Vivendo...
No seu habitat...
Secreto... (julgavam eles)

Observar... observado...

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