
Este é talvez o último segundo
De respirar este verso nú
Sem forma, sem cor, sem triunfo
É talvez o último tempo do mundo...
E todos, na multiplicidade de mim...
Manifestam-se em endofasia constante
Batem palmas, assobiam, gritam, rufam
Num ensurdecedor adormecer
Querem entrar...!
Querem sair...!
Querem todos mostrar-se simultaneamente neste fim...
Sobem escadas, descem avenidas...
Com as cortinas rasgadas
Vêem que já não há mais maravilhas! - A esperança terminou.
E no céu agita-se um falcão negro
Negro como o sangue do medo
Frio como a pedra mais cinzenta e dura
Nulo... como o vazio mais perpétuo...!
Daqui a nada serei menos que esse vácuo...!
E amanhã acordarás ignorando
Que ontem foi o dia em que parti.
1 comentário:
gostei muito do blog! adorei os poemas
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