Aos meus pais, avós e amigos.
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Isto que sinto

Isto que sinto

Sinto que isto que sinto aqui
Dentro da alma, dentro de mim
É sentir inelutável, infinito, insustentável…

É como a mais poderosa onda
Que colide nos rochedos da incerteza
Que colide no abismo de te querer
Assim, querendo-te… secretamente… caladamente…
… no silêncio da minha boca…

Sinto, que isto que é vivido aqui
Dentro do corpo, perto do limiar da loucura
É sensação inesquecível, indescritível, imensurável
Esta que sinto por ti…

É sensação desconhecida… mas conhecida no seu expoente…
É sem definição alguma e, contudo, infinitas definições pode ter
Pode ser descrita como um beijo profundo ou como um sorriso inesquecível
Pode ser dita ou cantada, balbuciada ou escrita,
Pode ser o dia, pode ser a noite
Pode ser a chuva que cai ou o sol que queima as amendoeiras em flor
Ou o rio que flui sem cessar para o oceano
Ou as gaivotas que voam, o mar que canta, esse mar sempre azul… sem cor… como o céu…! Esse mar que te encanta… e me sustém vivo…!
Pode ser todas as notas de música, o abraço indescritível…
A solidão terrível ou a saudade que sinto de ti…
Pode ser o rumo, a bússola, o caminho ou o destino… a orientação… o sentido do universo inteiro espelhado no teu olhar… na tua boca… no teu sorriso de criança… nos teus cabelos, quais crinas de liberdade…
Podem ser as pedras que dançam, as árvores que gritam, os verdes campos que flutuam numa maré viva

É o rir e o brincar,
É o amor, é a paixão, é a liberdade, é a prisão
É estar presente ausente
É sorrir, é chorar, é estar parado a correr, é sonhar a dormir, dormir a sonhar e acordar a fingir que a noite foi dormida a sonhar que estava a acordar contigo a meu lado…

Isto que sinto por ti…
Não deveria sentir
Não posso sentir
É proibido…
É… utopia...
É um amor impossível
Uma situação difícil…
O expoente da complicação de uma vida simples…

Sinto que isto que cresce aqui…
É como uma flor que cresce no deserto
É como um tesouro dentro de um cofre
Do qual se perdeu a chave…
Isto que cresce aqui…
É como o paraíso…
Sempre ao fundo do horizonte como um objectivo…
Mas, cada vez mais longe… de nós…
Por isto que sinto…

Pedro Campos

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