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Amanheceres...
É cedo
À minha frente vejo um retrato do ontem
O sol reflectindo o seu brilho no Tejo
A estrada inteira à minha frente
Como um desafio a vencer
Todos os dias...
De todas as manhãs...
A todo o instante...
Revejo ali... num relance...
Todos os sítios... espaços e tempos...
Todos os lugares marcados por nós na memória
Todos os instantes... gestos... sussurros...
E emociono-me com a dimensão transcendente...
De tudo...
De tudo... o que fomos... somos...
Queremos ser...
E esses lugares
Essas paisagens do sonho...
Vão passando vertiginosamente face a face...
Ao meu lado...
Por mim...
E no rosto...
No resto que sobra do meu rosto...
Aninham-se as lágrimas saudosistas
De tudo o que passou...
Que a pouco e pouco, paulatinamente...
Encontraram um espaço próprio..
Esculpiram um leito seu...
Só seu...
No rosto do meu rosto....
Ao espelho...
Sei...
Tudo passa... ou quase tudo...
Mas... houvesse liberdade pura..
E hoje seria o ontem que findou
Hoje seria em mim nascida...
A esperança que voou
Seria em mim plena e cristalina...
A lagoa que explodiu
O arco-íris que se derramou
Na toalha húmida e fria
Das nuvens de algodão salgado...
Precipitado de angústia..
Ali...
Nesses amanheceres...
Sem ti...
Tristes...
Sem ti...
Doridos...
Sem ti...
Ali....
Amanheceres...
Pedro Campos
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