Foi ontem
Foi ontem...
Que uma imensidão de asas esvoçantes
Cruzaram um céu azul de verão
Com penas feitas de papel
Entre as nuvens deslumbrantes de algodão...
Nos olhos tinham o brilho inocente
De quem recebe um primeiro beijo sem esperar
E cem mil bússolas rodopiavam ardentes no interior da alma
E cem mil bússolas rodopiavam ardentes no interior da alma
Que conduziam a vida em chama para longe dali...
E todos os pingos de aguarela...
De um artista sem nome...
Pingavam abandonados, no chão...
E todos os gestos eram harmoniosos
Eram sombras de luz
Que ecoavam na invariância de um espectro de cor sem cor
Imanente à pigmentação
Da fragrância eterna
Das tuas mãos nas minhas mãos
Da tua verdade na minha emoção...
Todos os silvos eram profetas
Eram gritos de renúncia à herança da dor
E o espelho de fantasia
Emergente da atmosfera do teu sorriso
Reflectia de modo enebriante
A latitude da liberdade
Que nunca encontrei
Aqui...
Pedro Campos
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